INFORMAÇÕES GERAIS

          Neste espaço, imagens e informações sobre os membros da Família Sundfeld. As informações abaixo foram coletadas de depoimentos e publicações e, juntamente com as imagens, algumas reais e outras apenas ilustrativas, formam um pouco da história da Família Sundfeld.

          Os objetos abaixo pertenceram a August Christian Sundfeld. Hoje, estão sob os cuidados de um de seus descendentes. São datados de meados do século XIX.

Par de pratos decorativos

 

Taças de cristal decorativas

 

Caneca de chopp - visão geral da decoração (3 vistas)

As inscrições, em alemão, significam:

"Im Wald steht ein Bäumchen, das grünt 's ganze Jahr"
Na floresta existe uma pequena árvore que é verde o ano inteiro

"Auf der Alm..."
Nas montanhas...

"Da hat er mir's geschworen. Wir würden ein Paar"
Então, subitamente, ele me prometeu que nós seríamos um casal


          Maria, uma das filhas de August, casou-se com Frederico Guilherme Scharlack e tiveram 9 filhos, entre eles Suzana e Joana, que deram alguns depoimentos sobre seus antepassados à Guaraciaba Vanin, autora do livro "Crendices, Superstições e Estórias da Terra de Curimbatá" (1977), que contém informações indiretas sobre os Sundfeld.

          Segundo o livro, Joana diz que "no século passado, em Pirassununga, deu uma epidemia de febre amarela, vindo a falecer seu tio de nome Guilherme Sundfeld, assim como sua tia Henriqueta Sundfeld." Essa epidemia ocorreu entre 1890 e 1894. Em contra-partida, há relatos atuais que informam que Guilherme teria falecido de volvo, a doença conhecia popularmente como "nó nas tripas". Joana diz, ainda, que "seu avô Augusto Sundfeld, que foi casado com Suzana Karl Friedrich, levava 15 dias no lombo de burro para ir de nossa terra a São Paulo fazer compras."

          Não se sabe em qual ofício August era especializado, mas esse relato sugere que August pode ter exercido a atividade de tropeiro na região. No livro "Contribuição à História Natural e Geral de Pirassununga" e no informe publicitário da época, o "Almanach de Pirassununga", seus filhos Germano, Guilherme e Conrado exerceram com destaque na cidade o ofício de ferreiros, participando com essa arte na construção civil de particulares, prédios e monumentos públicos, produção de veículos de transporte - carruagens, carroças e trolys, bem como da confecção de ferramentas em geral.

          Além desses trabalhos, destaca-se a participação de Guilherme Sundfeld na produção e aplicação de instrumentos utilizados pela justiça para punição a escravos condenados, denominados Instrumentos de Suplício.

Instrumento de Suplício
Imagem ilustrativa obtida no site do jornal Tribuna de Minas


Página do livro "Contribuição à História Natural e Geral


          Em 1884, Pirassununga possuía mais de cinco milhões de pés de café, e tal era a importância econômica da atividade que um grupo de fazendeiros, com o apoio da Câmara Municipal, organizou a I Exposição Regional do Café e editou um "Almanach de Pirassununga".

 


"Almanach de Pirassununga" dos anos de 1884 e 1885
(Reprodução parcial do texto do informe publicitário)


Informes publicitários no Suplemento do "Jornal de Pirassununga" de 30 de setembro de 1910. As imagens são cópias dos anúncios originais:

Officina de Ferreiro e Carpinteiro - Müller & Sundfeld
Lojas Dix
Ferraria e Carpintaria - Armando Sundfeld


          Algumas passagens do livro Contribuição à História Natural e Geral de Pirassununga referente aos Sundfeld's:

          "Um escravo de nome Miguel, 19 anos, matou, na noite 09.12.1873, uma pessoa com um tiro de garrucha. Foi condenado a sofrer 200 açoites e a trazer no pescoço um ferro com gancho (em forma de coleira) pelo espaço de um ano e o senhor foi condenado nas custas do processo.

          Despacho do Juiz Pinheiro de Lemos em 02.07.1874: '(...) Em seguida, foi colocado um colar de ferro com gancho (pelo ferreiro Guilherme Sundfeld) no pescoço do réu, o escravo Miguel, e o mesmo foi entregue ao seu senhor que, perante o Juízo e a Lei, ficou responsável pelo cumprimento da sentença determinada pelo Juiz, quanto à manutenção do colar de ferro no pescoço do escravo e pelo tempo determinado.'"

* * *

          A Escola do Povo, na esquina das ruas Coronel Franco e General Osório, foi construída em 1885, tendo sido o primeiro estabelecimento de ensino primário e gratuito da cidade. (Entre os que contribuíram - financiamento e participação - da comissão pró-construção, está Guilherme Sundfeld).

* * *

          "(...) foi construído o primeiro jardim público no chamado Largo Municipal." - hoje a nossa Praça da Bandeira e jardim principal da cidade, após várias remodelações." (Guilherme Sundfeld fez parte da Sub-comissão pró-construção).

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          Henriqueta Sundfeld casou-se com George Taylor, proprietário do Hotel da América. Ele foi o segundo norte-americano a se estabelecer em Pirassununga. Ela, falecida na epidemia de febre amarela entre 1890 e 1894.

 

          Ainda sobre essas participações, Guilherme também participou das construções do Teatro São Francisco e da usina hidrelétrica no rio Mogi-Guaçu.

          No capítulo referente às parteiras e "curiosas" de Pirassununga do livro "Contribuição à História Natural e Geral", é prestada uma homenagem a todas aquelas que contribuíram com a população da cidade com seus serviços - parteiras diplomadas, parteiras práticas, das "comadres" e das "curiosas" - nos períodos do final do século XIX e início do século XX: Maria Sundfeld Scharlach (entre outras).

          Sobre a prática ecumênica em Pirassununga no século XIX, a primeira manifestação da Igreja Protestante em Pirassununga ocorreu em 1865 com a chegada das primeiras famílias alemãs e de religião luterana. Abaixo, seguem cópias de dois documentos originais, sendo um datado de 19/10/1868 e outro de 02/12/1872, ambos aprovando casamentos religiosos entre católicos e acatólicos (protestantes), prática essa quase impossível há mais de um século e que o Papa João XXIII, através do Concílio Vaticano II, conseguiu fazer aprovar, numa aproximação entre todos os cristãos.

Cópia da certidão original do casamento religioso entre
Bento Dix (católico) e Joanne Catharina Henriqueta Sundfeld (acatólica - luterana),
realizado em 19 de outubro de 1868, na então Vila de Pirassununga,
e três anos após a chegada dos alemães na localidade.

          A transcrição do original:


Certifico que no dia hoje, digo, onse de julho do corrente anno, nesta Paróchia se receberão em matrimônio Bento Dix, filho legítimo de Jeronimo Dix e Joanna Kaffman, com Joanna Catharina Henriqueta Sundeffett, digo, Sundefelete, filha legítima de Augusto Sundfeld e Suzana Konig, aquele catholico e esta acatholica; sendo testemunhas Jacob Solete e João Hummik. Tudo na forma usada no Bispado. Pirassununga desenove de outubro de mil oitocentos sessenta e oito. Oligário João Joaquim de (ilegível).
 

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Autorização para o casamento de Alois Müller (católico)
com Helena Sundfeld (luterana), assinado em 02/12/1872.

          A transcrição do original:


O Snr. Alois Muller póde casar com D. Helena Sundffed, embora elle seja catholico romano, e ella protestante. É mister porem q. sollecitem dispensa do impedimto - cultur disparitas - do Vigrº Capitular em S. Paulo.

Pirassununga, 2 de 10brº de 1872

Pe. Angelo Alves d'Assumpção
 

          Participação política dos Sundfeld's e agregados.


Publicado no jornal "O Movimento" - 19/04/2003